Plataforma Digital; Exclusão Digital; Educação Audiovisual; Cinema Expandido; Design de Mídia; Emancipação da Web; Vanguarda Digital.
Dissertação de Mestrado: Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte (PGEHA-USP)
Esta pesquisa explora a plataformização digital da cultura (cultural platformization) como suporte de práticas sociais que envolvem o ensino e a produção audiovisual. Propostas didáticas são coletadas do banco de dados digital da Internet Archive e comparadas a experiências educacionais: primeiramente a renovação pedagógica do Instituto Criar de TV e Cinema, que culminou em uma estrutura centrada nos conceitos de plataformização cultural; e as oficinas “Vídeo-Cartas: Conexões Migrantes”, que trabalham com a influência da arte de performance.
Em meio à emergência de práticas culturais inéditas, são discutidas contradições que podem configurar a internet como uma ferramenta de aumento da desigualdade social, fenômeno denominado exclusão digital (digital divide).
Assim, chama-se atenção para a importância de iniciativas voltadas para a emancipação das relações envolvendo tecnologia e cultura, inspiradas pelo filósofo Gilbert Simondon, cujas investigações são traduzidas para a crítica da imagem digital como objeto técnico. Estratégias criadas por movimentos artísticos são resgatadas para o incremento educacional da vanguarda digital – um fenômeno da produção cultural contemporânea – através de abordagens como a agência de diagramas (diagram assemblage) e o design de mídia (media-design).
Referências
O metaprojeto lida com a criação de contextos, mais do que conteúdos, é um modo para integrar sistemas e organizar ações, de forma a criar ambientes em que as pessoas possam cultivar conversações criativas e assumir o controle da produção cultural e estética do contexto.
Andries Van Onck
O termo pós-cinema tem uma clara vantagem, pois nos ajuda a reconhecer esse ambiente como um cenário, em vez de apenas uma coleção confusa de novos formatos, dispositivos e redes de mídia.
Shane Denson; Julia Leyda
O trabalho é a atividade do indivíduo que realiza em si mesmo a mediação entre a espécie humana e a natureza; existe trabalho quando a pessoa não pode confiar ao objeto técnico a função de mediação entre a espécie e a natureza, e deve realizar essa função de relação ele próprio, através de seu corpo, seus pensamentos, sua ação.
Gilbert Simondon
Aspectos do trabalho e dos usuários da Internet como trabalhadores redefinem as reivindicações trabalhistas, mais do que apenas melhores condições e salários. O trabalho digital é “impulsionado pelas energias vitais dos assistentes sociais criativos”. Excedente de trabalho porque é um trabalho afetivo ou emocional – produzindo principalmente dados. Como trabalhadores digitais, estamos contribuindo para o mundo tecnológico e sua economia
Kylie Jarret
Contranarrativas 